Editora: Intrínseca
Ano: 2007
Páginas: 480
ISBN: 9788598078175

SINOPSE: Entre 1939 e 1943, Liesel Meminger encontrou a Morte três vezes. E saiu suficientemente viva das três ocasiões para que a própria, de tão impressionada, decidisse nos contar sua história, em "A Menina que Roubava Livros", livro há mais de um ano na lista dos mais vendidos do "The New York Times". Desde o início da vida de Liesel na rua Himmel, numa área pobre de Molching, cidade desenxabida próxima a Munique, ela precisou achar formas de se convencer do sentido da sua existência. Horas depois de ver seu irmão morrer no colo da mãe, a menina foi largada para sempre aos cuidados de Hans e Rosa Hubermann, um pintor desempregado e uma dona de casa rabugenta. Ao entrar na nova casa, trazia escondido na mala um livro, "O Manual do Coveiro". Num momento de distração, o rapaz que enterrara seu irmão o deixara cair na neve. Foi o primeiro de vários livros que Liesel roubaria ao longo dos quatro anos seguintes. E foram estes livros que nortearam a vida de Liesel naquele tempo, quando a Alemanha era transformada diariamente pela guerra, dando trabalho dobrado à Morte. O gosto de roubá-los deu à menina uma alcunha e uma ocupação; a sede de conhecimento deu-lhe um propósito. E as palavras que Liesel encontrou em suas páginas e destacou delas seriam mais tarde aplicadas ao contexto a sua própria vida, sempre com a assistência de Hans, acordeonista amador e amável, e Max Vanderburg, o judeu do porão, o amigo quase invisível de quem ela prometera jamais falar. Há outros personagens fundamentais na história de Liesel, como Rudy Steiner, seu melhor amigo e o namorado que ela nunca teve, ou a mulher do prefeito, sua melhor amiga que ela demorou a perceber como tal. Mas só quem está ao seu lado sempre e testemunha a dor e a poesia da época em que Liesel Meminger teve sua vida salva diariamente pelas palavras, é a nossa narradora. Um dia todos irão conhecê-la. Mas ter a sua história contada por ela é para poucos. Tem que valer a pena.
"Quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler"
É exatamente isso: quem nos conta a história é a Morte. Ela nos conta a história de uma menina chamada Liesel e sua paixão pelos livros. A história se passa na Alemanha durante a 2º Guerra Mundial e o domínio de Hitler. Apesar de ser uma ficção, os fatos históricos são reais. A Morte narra para nós a infância de uma menina e as tragédias de um país em guerra.
Liesel cresce em meio à pobreza e ao medo. Convive com a intolerância, a injustiça, a perseguição, a incerteza e a morte. Apesar de conhecer tantas mazelas, também conhece a verdadeira amizade, a lealdade, a compaixão, a cumplicidade, a união, e o amor em família.
Esse livro me fez lembrar do filme "A Lista de Schindler" que assisti há muito tempo atrás. As cenas do filme vieram à minha cabeça em algumas passagens do livro. Para quem não sabe nada sobre a 2ª Guerra Mundial, recomendo que procure conhecer um pouco mais sobre esse fato histórico antes da leitura, pois ajudará a entender melhor o contexto do livro.
O autor escreve de uma forma diferente. Muitas vezes nos dá a "manchete" ou algumas pistas de fatos que vão ocorrer e depois narra os acontecimentos que culminam no fato anunciado anteriormente. Mas isso não tira a graça da leitura, pelo contrário, nos deixa mais ansiosos para saber como vai acontecer. Alguns acontecimentos não são descritos de forma explícita, nestes casos, cabe o leitor imaginar e deduzir o que aconteceu.
"A menina que roubava livros" é uma história forte, perturbadora e tocante. Fiquei emocionada várias vezes durante a leitura. Ela nos faz refletir sobre a maldade humana e sobre os danos causados pelo poder em mãos erradas. O livro nos faz refletir, principalmente, sobre o poder das palavras.