Editora: Intrínseca
Ano: 2021
Páginas: 528
ISBN: 9786555600889
Sinopse: Em uma noite de dezembro, o sofisticado hotel Palace de Verbier, nos Alpes Suíços, é palco de um assassinato sem solução, já que a investigação do crime nunca é concluída pela polícia. Anos depois, o escritor Joël decide tirar alguns dias de férias e se hospeda nesse mesmo local. Lá, uma surpresa o aguarda: seu quarto é o 621 bis, a nova nomenclatura do agora estigmatizado 622, e a curiosidade o leva a mergulhar em uma investigação sobre o caso emblemático. Ao longo da corrida para descobrir as motivações para o assassinato, somos apresentados a uma gama de personagens tão interessantes quanto pitorescos em um cenário aparentemente tranquilo e acolhedor: uma aristocrata russa decadente que sonha em casar as filhas com homens ricos, um grupo de banqueiros e um jovem ambicioso e talentoso que causa inveja e intriga entre os herdeiros que disputam a presidência de uma instituição financeira familiar.
Gostei muito de A verdade sobre o caso Harry Quebert (resenha aqui), por isso estava ansiosa para ler esse livro.
A receita é parecida com o livro mencionado anteriormente: um escritor (no caso o próprio Joel) investiga e escreve sobre um assassinato do passado. Os capítulos são intercalados entre presente e passado. No presente, Joel está interrogando pessoas e investigando os fatos que levaram ao assassinato. No passado, conhecemos os personagens e os fatos que levaram aos acontecimentos da noite fatídica.
O autor usa a tática de não revelar quem foi assassinado. Então, além de tentar descobrir quem é o assassino, temos que descobrir quem foi assassinado. Na maior parte do livro, ficamos sem saber quem foi a vítima.
Sabe porque o amor é um jogo tão complicado? Porque o amor não existe. É uma miragem, uma criação da mente. Ou, se preferir, o amor só existe potencialmente quando não se concretiza. É uma emanação do espírito, feita de esperança, expectativa e projeções. (pág 121)
No centro da trama está a luta pelo poder dentro do banco e um triângulo amoroso formado por Macaire, Anastasia e Lev. Macaire é o herdeiro do banco, que se apaixona por Anastasia. Anastasia é apaixonada por Lev, um carregador de malas do hotel. Devido ao destino e à interferência de outras pessoas, Anastasia acaba se casando com Macaire. Além destes, há vários outros personagens interessantes com participações importantes na trama: a mãe de Anastasia, o pai de Lev (que é um ator), a empregada de Macaire, o dono do hotel, os conselheiros do banco, entre outros.
Todos os personagens estão ligados de alguma forma. As 528 páginas do livro são cheias de detalhes, que nos dão pistas sobre as revelações finais.
A vida é um romance que já sabemos como termina: no fim, o herói morre. Por isso, o mais importante não é como nossa história acaba, mas como preenchemos as páginas. Pois a vida, como um romance, deve ser uma aventura. E as aventuras são as férias da vida. (pág. 526)
A explicação final para o mistério é um pouco fantasiosa, mas interessante. O autor ainda deixa uma reviravolta para o último capítulo. Dicker narra algumas passagens reais que vivenciou com Bernard, seu editor de livros. É uma bonita homenagem ao amigo falecido. Indico a leitura!
