10 de abr. de 2024

A BOLSA AMARELA - Lygia Bojunga

Editora: Casa Lygia Bojunga

Ano: 2014

Páginas: 140

ISBN: 9788589020039




Sinopse: A BOLSA AMARELA é a história de uma menina que entra em conflito consigo mesma e com a família ao reprimir três grandes vontades (que ela esconde numa bolsa amarela) - a vontade de ser gente grande, a de ter nascido menino e a de se tornar escritora. A partir dessa revelação - por si mesma uma contestação à estrutura familiar tradicional em cujo meio "criança não tem vontade" - essa menina sensível e imaginativa nos conta o seu dia-a-dia, juntando o mundo real da família ao mundo criado por sua imaginação fértil e povoado de amigos secretos e fantasias. Ao mesmo tempo que se sucedem episódios reais e fantásticos, uma aventura espiritual se processa, e a menina segue rumo à sua afirmação como pessoa. A BOLSA AMARELA foi traduzido em vários idiomas e encenado em teatros do Brasil, da Bélgica e da Suécia; recebeu o prêmio "O  MELHOR PARA A CRIANÇA", da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil; foi incluído na LISTA DE HONRA do IBBY (International Board on Books for Young People) e fez parte integrante da obra de Lygia que recebeu o prêmio HANS CHRISTIAN ANDERSEN e o prêmio ALMA (ASTRID LINDGREN MEMORIAL AWARD).


Antes de falar sobre o livro, preciso explicar porque ele é tão importante para mim: Cresci na roça e, desde pequena, tive contato com os animais (sempre adorei, principalmente galos!). Li esse livro quando tinha cerca de dez anos. A filha de uma patroa da minha mãe me emprestou. Lembro que adorei a leitura, principalmente por causa dos galos; mesmo sem entender todas as nuances da história, na época. E hoje tenho dois galos e três galinhas de estimação! Vou apresentar eles para vocês nas próximas postagens.

Esse é o Kikito


Hoje, com 42 anos, tenho uma amiga, uma senhora idosa, que gosta muito de ler. Comecei a retirar livros na biblioteca durante a pandemia, para que ela ficasse em casa. Continuo emprestando livros para ela até hoje. Da última vez em que a visitei, ela me mostrou sua coleção de livros (toda feliz). Fiquei encantada quando vi "A bolsa amarela" e comentei que foi um livro que marcou a minha infância. Ela então me presenteou com o livro. Assim, finalmente, reli “A bolsa amarela” (mais de 30 anos depois da primeira vez), agora com outros olhos.

O livro conta a história de uma menina, Raquel, que tem três grandes vontades: a vontade de ser gente grande, de ter nascido menino e de se tornar escritora. Seus pais e seus irmãos não dão muita atenção a ela e também estão sempre criticando-a. Raquel começa a escrever uma história, que lê para a família. Todos riem dela. Então, ela ganha uma bolsa amarela e resolve guardar todas as suas vontades dentro, para que os adultos não vejam.

Certo dia, o galo da história de Raquel sai de dentro da bolsa amarela e fala com ela. Assim, começam a surgir vários personagens da sua imaginação, que moram dentro da bolsa amarela. A menina passa a conviver com personagens e acontecimentos reais, misturados com os imaginários.

O livro aborda de forma lúdica questões importantes que precisam ser trabalhadas na infância. Acredito que todos que leram “A bolsa amarela” lembraram da sua própria infância. Muitas vezes, não éramos ouvidos pelos adultos, que não nos levavam a sério.

Não tenho o costume de reler livros, mas confesso que foi uma experiência maravilhosa! Acho que vou repetir mais vezes. Que nostalgia ver a capa e reler esse livro! Recomendo a leitura para todas as idades!


4 de jan. de 2024

O HOMEM QUE MORREU DUAS VEZES - Richard Osman

Série: O Clube do Crime das Quintas-Feiras - #2

Editora: Intrínseca

Ano: 2021

Páginas: 400

ISBN: 9786555602869

Sinopse: A quinta-feira agora é o melhor dia da semana. Com os crimes mais recentes solucionados, o Clube do Crime das Quintas-Feiras encontra-se em uma maré de tediosa normalidade. Mas não por muito tempo. Quando Elizabeth recebe a carta de um velho conhecido, sabe que está diante de um belo mistério. O agente do serviço secreto sessentão, com quem a ex-espiã tem uma longa história, acaba de cometer um erro terrível e precisa da ajuda dela. Joyce, Ibrahim e Ron são então convocados para acompanhá-la em uma aventura repleta de segredos e conspirações, que envolve diamantes roubados e a máfia. Logo os quatro amigos se deparam com mortes em circunstâncias suspeitas, e a missão se transforma em uma busca por um assassino implacável. E se eles encontrarem os diamantes… Bem, aí seria um bônus. A vida de septuagenários aposentados realmente não é moleza. Envolvido em mais um mistério, o grupo de detetives amadores vai lidar com assaltos, reuniões regadas a vinho e bolo, arrependimentos antigos e decisões cruciais, como adotar ou não um cachorro. Mas será que encontrarão o culpado antes que se tornem vítimas?

O ex-marido de Elizabeth, depois de muitos anos, aparece pedindo ajuda. Douglas é um agente do serviço secreto. Descobrimos que, no passado, Elizabeth era uma espiã. Isso explica como ela tem tantos contatos importantes e como consegue acesso a informações sigilosas. Um criminoso está acusando Douglas de ter roubado os seus diamantes, por isso ele precisa se esconder.

Quando Douglas e sua parceira, Poppy, são assassinados em seu esconderijo, Elizabeth e seus amigos começam as investigações para descobrir o autor dos assassinatos e o paradeiro dos diamantes.

No segundo livro da trilogia, já estamos familiarizados com os quatro protagonistas, Elizabeth, Joyce, Ibrahim e Ron. Por isso parece que a leitura flui ainda mais facilmente. Podemos nos aprofundar ainda mais em suas personalidades peculiares e em seus segredos. Conhecemos um pouco mais sobre o passado de Elizabeth, que foi casada com Douglas e hoje está casada com Stephen.

"Na vida, algumas pessoas preveem o tempo. Já outras são o tempo em si." (pág.190)

"Foi a viagem perfeita e, até onde o Stephen sabia, tudo havia sido o mais mágico dos acidentes. E isso porque ele é o tempo e eu, a pessoa por trás da previsão do tempo. Ele acredita em destino, eu sou o destino." (pág. 193)

"O segredo da vida é a morte. Veja, a morte é a base de tudo.(...) Na essência, nossa existência só faz sentido por causa dela. É o que dá significado à nossa narrativa. O caminho da nossa jornada é sempre ao encontro dela. Pautamos nosso comportamento pelo medo dela ou por tentarmos negar este medo." (pág. 378)

Com diálogos divertidos e inteligentes, e uma bela reviravolta no final, este é mais um livro que conseguiu me surpreender. Indico a leitura e estou ansiosa para ler o terceiro!